domingo, 28 de março de 2010

Conhecendo Tóquio e levando uma rasteira

Urso Panda no Ueno Park
O tumulto em Shibuya

Akihabara

Templo Sensoji
A Seleção Japonesa retornou de Macau numa segunda-feira e minha passagem de volta ao Brasil estava marcada para sexta. Então tive uns dias livres e aproveitei para conhecer um pouco mais a capital nipônica.
Eu não queria incomodar ninguém e só pedi ao Johnny, nosso intérprete, que me desse umas orientações e indicasse alguns lugares. Teve gente dizendo que eu era doido em me arriscar a sair sozinho pelo fato da dificuldade do idioma e por ter o metrô de lá "apenas" 13 linhas. Mas encarei o gigante metrô de Tóquio, o 3º maior do mundo (Londres e NY são os maiores), na cara e na coragem e com uma ajudazinha da lingua inglesa. Aliás, no geral o inglês falado pelos japoneses é ruim mas eles se esforçam ao máximo para tentar ajudar o turista. São muito simpáticos mesmo.
A jornada começou tranquila, partindo de Shibuya onde estava hospedado. Peguei a linha laranja (Ginza) e fui até Ueno. O problema começou durante o percurso já que algumas estações tinham suas placas escritas na forma ocidental e outras não (apenas com Kanjis, os caracteres do alfabeto japonês). Aí tive que memorizar a imagem de alguns daqueles ideogramas para não me perder. E não é que minha técnica deu certo ! Mas tive receio em alguns momentos achando que poderia ter descido na estação errada.
O Ueno Park possui uma área verde enorme dentro da capital e abriga santuários, museus e um zoológico. Foi neste local que vi um urso panda de perto pela primeira e única vez na vida e também visitei templos muito bonitos. Toda área é repleta de cerejeiras (e corvos também). É uma área de lazer e tanto. De lá fui para Asakusa conhecer o famoso templo budista Sensoji, um ótimo local para compra de souvenirs. Como não sou da turma da meditação, fui lá, conheci, tirei fotos, comprei umas lembrancinhas e me mandei. Toda a área do templo é muito bonita e transmite uma paz danada.
Akihabara é o paraíso dos eletrônicos. Neste lugar há centenas de lojas e o turista chega a ficar tonto, sem saber para onde ir. O cuidado aqui é em relação aos equipamentos que só vem com menu em idiomas orientais. Na LaOX, uma grande loja, quase todos os itens possuem menus em português, porém os preços lá são um pouco mais caros.
Em 2004 eu já via por lá DVD's e TV's em LCD para carros, TV de tela fininha (os tubos já estavam extintos por lá), celulares do "outro mundo" entre outras novidades. Em relação a tecnologia estamos no período jurássico perto dos caras.
É verdade e não mito que é possível encontrar nas lixeiras, TV's e computadores funcionando. O japonês não costuma mandar as coisas para o conserto. Compram um novo e jogam fora o usado, muitas vezes em ótimas condições de uso. Existe também um local cujo nome não lembro onde é possível comprar estes itens usados.
De volta a Shibuya... Eu fiquei num hotel onde o quarto era quase uma cápsula de tão pequeno. O banheiro era minúsculo e para sentar no vaso só com a porta aberta. No Japão é do conhecimento de todos que os imóveis não são generosos em espaço.
Na véspera da minha partida a federação japonesa (JFA) falou pro Johnny me pagar um almoço ou jantar em algum restaurante da minha escolha. Dentre as opções escolhi o Barbacoa Grill em Omotesandu. Nesta churrascaria brasileira (matriz em SP) fiquei igual pinto no lixo. Depois de tanto peixe crú, comida ruim na China e restaurante coreano na Austrália era hora de matar a saudade da nossa comida. Além do ótimo churrasco em si, no buffet tinha até coxinha de galinha e guaraná da Antarctica. Foi bom demais.
Antes disso, houve uma reunião na JFA onde tive a promessa do Sr. Kawabushi (presidente) de que eu voltaria para o Japão a fim de auxiliar na preparação da equipe visando o mundial de Taiwan. Infelizmente levei uma pernada de um conterrâneo traíra que levou outro em meu lugar. Essa notícia eu recebi já no Brasil e foi uma das maiores decepções esportivas que eu já tive. Sonhava e muito com esta competição.
Vida que segue. Continuo sonhando com um mundial de seleções. Um dia minha hora vai chegar.
Até a próxima.



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