O processo de adaptação em Carlos Barbosa, apesar de ter sido consideravelmente rápido, não foi fácil. Eu sou um tanto camaleão e procuro enxergar o lado bom de cada lugar ao invés de ficar buscando os defeitos. Eu também sabia que de nada adiantaria ficar reclamando do frio da serra gaúcha ou das dimensões da cidade de Carlos Barbosa, infinitamente inferiores ao que eu estava acostumado.
O mais difícil mesmo foi entrar num clube no meio da temporada e vivendo um momento dificílimo. Outro revés para mim e para o Ricardo Menezes era substituir uma comissão técnica que ajudou o time a chegar em cinco finais em 2004, vencendo três competições, incluindo o Mundial FIFA de clubes. Além disso, estrelas do ano anterior como Betão, Pablo e Gabriel haviam saído. O grupo que mesclava jovens e alguns mais experientes não estava preparado para tanta pressão.
Procurando evitar comparações com o meu antecessor, coloquei a mão na massa e aos poucos fui impondo meu estilo de trabalho que considero tranquilo e objetivo. O caldeirão aqui estava fervendo e nossa arrancada na 2ª fase da liga nacional foi muito ruim. Saímos para dois jogos fora de casa (Macaé e Banespa) e levamos duas "lapadas". O gaúcho costuma dizer que "começamos debaixo de mau tempo."
Com o tempo, meu trabalho (e o do Ricardo) começou a aparecer e a equipe começou a jogar bem. Caímos fora na 2ª fase da liga e fomos para a final do sulamericano (Lima-Peru) e do estadual. Perdemos as duas. Eu comecei com o gosto amargo da prata na boca e não estava nada satisfeito com isso. Mas sabia que perder ou ganhar uma final faz parte do contexto.
No final da temporada fui convidado a dar continuidade ao trabalho na preparação física no ano seguinte, o que me deixou muito feliz. Não é fácil assumir a preparação de uma equipe no meio do ano e conseguir mostrar um bom trabalho. Infelizmente o Ricardo, que me trouxe pra cá, não renovou.
Começava em 2005 uma história que já dura 5 anos e que ainda renderá muitos posts.
Um abraço !
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