quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Playas - parte 2

Com os atletas Óscar Redondo e Javi Rodriguez




Eu, Cupim e Padú - Feira de Cerâmica em Valencia (1999)




Durante a Liga Nacional, temporada 1999-2000, o Playas deu um verdadeiro banho. Aos poucos a equipe foi amadurecendo e adquirindo mentalidade vencedora. Não posso afirmar pois não tenho os dados de outras temporadas mas aquela campanha que fizemos na Liga foi uma das melhores de todos os tempos senão a melhor. Perdemos apenas duas partidas e fora de casa. Para o Caja Segovia, do treinador Venancio atualmente na seleção espanhola e que tinha craques como Luis Amado, Daniel, Orol e Riquer. Esse time ainda era o multi-campeão do momento (Liga, Copa, Europeu e Mundial). E também para o Interviu que tinha o Vinícius e o Choco como estrangeiros e como falei antes era o terror castellonense. Além disso fomos campeões da liga regular, um título simbólico para quem soma mais pontos na primeira fase, com melhor ataque e defesa menos vazada.



Nosso time tinha um elenco muito qualificado. Confesso que não conhecia quase ninguém, nem mesmo os brasileiros que já atuavam há anos na Espanha. Os destaque eram Javi Rodriguez (atual capitão da seleção espanhola), Javi Sanchez, Lorente e os brasileiros Cupim, Edésio e Paulinho. Estes brasileiros foram fundamentais no meu processo de adaptação ao clube e à Espanha. Os caras me ajudaram de verdade e sou muito agradecido aos três e suas respectivas esposas por tudo que fizeram por mim. Sempre que possível mantemos contato. O Paulinho já parou de jogar e até hoje vive na Espanha. O Edésio também parou e está no Brasil. O Cupim ainda atua em alto nível defendendo o Petrópolis. Nossa comissão era formada pelo Padú, Eu (Prep. físico e 2º treinador), Ramón (fisioterapeuta), Dr. Medina (médico) e o Augustín "Viejo" como roupeiro. Todos muito qualificados e competentes.



Durante a Liga nosso goleiro titular me dava medo e tirava o sono do treinador. Era um bom goleiro mas que levava uns frangos terríveis. O reserva era bom mas custava a emagrecer e achava que tomando sete cocas no jantar iria entrar em forma. Neste dia contei as sete garrafas na mesa e brinquei com o grupo. Para minha surpresa todas eram do goleiro. Ainda bem que eram garrafas do tipo caçulinha (200ml)... Brincadeiras a parte, engrossamos com ele. Na fase de mata-mata (Play Off) o goleiro titular resolver fechar o gol. E nos ajudou e muito a conquistar o título.



O Playas era apontado como franco favorito. Naquele ano as forças na Espanha em relação a orçamento e elenco eram Playas, El Pozo, Interviu, Caja Segovia e Talavera. Fomos para a Copa de España como favoritos também. No sorteio começamos mal e pegamos o El Pozo logo de cara. A Copa naquela época era disputada pelos oito primeiros colocados ao final do 1º turno da fase regular da Liga. A Liga tinha 16 equipes que jogavam entre si em turno e returno (fase regular). Ao final, os oito primeiros colocados disputavam o play off em sistema de mata-mata. Com jogos em melhor de 3 nas quartas de final e semifinal e melhor de 5 partidas na grande final. Voltando à Copa, levamos 4x1 do El Pozo na abertura do torneio (fora o baile) e fomos eliminados. A partir daquela competição começaram a questionar o trabalho do Padú internamente (alguns somente, diga-se de passagem) e a cama dele começava a ficar pronta sem que soubesse. Aliás, nenhum de nós da comissão suspeitava disso.



O sonho do primeiro título da história do Playas tinha ido por água abaixo novamente. Todos os fantasmas voltaram. Retornamos com força total na Liga e terminamos em 1º a fase regular. Isso garantiu o emprego do Padú. Tínhamos o mata-mata pela frente e a dúvida se alguns dariam a resposta necessária. A história mudou e durante o play off demos um show e isso será o assunto do próximo post.









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