segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O que é bom dura pouco

Antes de falar sobre minha ida para o Comary de Teresópolis, gostaria de falar um pouco mais sobre o Tio Sam. Este clube tinha em diversos setores várias pessoas que haviam trabalhado na extinta equipe do Bradesco que foi o grande precursor do profissionalismo no Futsal.

Inicialmente começou como Helênico - Tio Sam no Rio de Janeiro. Mais tarde ao se transferir para Niterói passou a contar com estrutura que poucas equipes mesmo nos dias atuais possuem. Os atletas treinavam em dois períodos. Após a primeira sessão de treino pela manhã, almoçavam no restaurante do clube e ficavam descansando nos alojamentos dentro do ginásio que ofereciam quartos com TV, beliches e ar condicionado. Após o treino da tarde cada atleta e membro da comissão também tinha direito a um lanche no mesmo restaurante, normalmente um misto quente com suco de laranja.

O complexo Tio Sam oferecia ginásio com quadra 40x20m., academia (Gym Center) com equipamentos importados (Paramount em sua maioria), esteiras, bicicletas, simuladores de escada, piscina exclusiva para hidroterapia, ônibus, campo de futebol, vestiários com hidromassagem aquecida e material farto (incluindo frequencímetros, Lactímetro, etc.). A sala de fisioterapia era completa e também ficava dentro do ginásio.

A maioria das viagens mais longas eram feitas de avião e os salários sempre eram pagos rigorosamente em dia. Além disso, havia premiação por títulos.

Outro ponto alto era a creche (anexo ao clube) AFETAK mantida pela D.Terezinha. As crianças carentes da região recebiam tratamento vip em salas, quartos e berçarios com ar condicionado e atendimento feito por psicólogas, pedagogas, dentistas, assistentes sociais e professoras qualificadas. Tudo de graça.

A Dona Terezinha era especialista em agradar os funcionários. Muito simpática, acompanhava o time com paixão. Nos finais de ano costumava sortear brindes como TV, Som, etc.

A diretoria do Tio Sam gostava de comemorar seus títulos, muitas vezes fechando churrascarias para jogadores, comissão, familiares e amigos.

O conceito família era bacana por lá. Em alguns amistosos eles liberavam as famílias (esposas, namoradas, etc.) para irem junto com a equipe. Após estes jogos sempre havia uma confraternização. Com tudo pago, é claro. Numa destas, fomos até Araruama jogar um amistoso. Com dificuldades para encontrar o ginásio paramos em um posto de gasolina para pedir informação. Subiu um sujeito completamente bêbado e começou a fazer um discurso achando que éramos uma equipe de Futebol de Campo. Era o prefeito da cidade...

Infelizmente os gestores decidiram interromper esta trajetória vitoriosa. O Tio Sam chegou a disputar novamente a Liga Nacional algum tempo depois mas sob a gestão de um outro grupo.

Dificilmente haverá outra equipe de Futsal no Brasil que ofereça condições de trabalho tão boas para atletas e comissão técnica.

Até o próximo post.


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