terça-feira, 2 de março de 2010

Histórias pra contar

Diz um dito popular que "quem não tem dinheiro, conta história..."
Lembrei de algumas esta semana pois recebi uma mensagem no orkut de um velho amigo, ex-atleta meu no Comary de Teresópolis-RJ. Era um pivô goleador e chegou a ser artilheiro do Estadual uma vez. O Fábio Cabeça sempre pegava carona comigo. Ele vinha do Méier e me encontrava na Penha. Dali seguíamos para Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, no meu "chevelhinho". Lembram dele? E dentro daquele carro passamos algumas situações.
Uma vez estávamos subindo a serra quando faltou combustível. Naquela época o marcador estava com defeito e eu fazia umas estimativas de cabeça mesmo. Por conta disso, eu e o Fábio ficamos "na pista" literalmente. A estrada estava escura e com neblina, o que é comum naquela região. A idéia inicial era um ir buscar combustível e o outro ficar no carro. Mas ninguém queria ficar ali no escuro e com baixa visibilidade sob o risco de ser atropelado. Então começamos a subir a serra a pé e na penumbra. Não sei que distância nós andamos, mas foi bastante. Conseguimos comprar álcool num posto BR já chegando em Terê e voltamos. Abastecemos o carro e, depois de chacoalhar bastante, o carro pegou. Havia ficado inclinado. Seguimos para o treino e deu tudo certo.
Em outra ocasião eu saí de casa sem um "duro" no bolso e esqueci do pedágio. Quando peguei o Fábio no ponto de encontro, perguntei se ele tinha dinheiro. Resposta: "os únicos 50 centavos que eu tinha, tomei uma coca no boteco..." Que fase ! Naquela época (1999) um refrigerante custava R$ 0,50 no bar e o álcool no posto era vendido a R$ 0,18 o litro !!!
Resolvemos ir assim mesmo a fim de não perdemos o horário do treino. Chegamos no pedágio na cara dura e explicamos a situação. A funcionária queria abrir uma passagem e forçar nosso retorno sentido Rio. Expliquei que iríamos para o trabalho e que eu pagaria na volta, deixando algum documento como garantia. Foi quando surgiu um "responsável" pelo setor e nos liberou pedindo que não deixássemos de pagar. Do contrário seria descontado da funcionária. Em Teresópolis o Mário Silva (supervisor) me deu a grana do combustível e do pedágio, como fazia sempre. Na volta pagamos os dois pedágios (ida e volta). Deu certo de novo !
Pobre do Fábio que sempre estava nas rabudas comigo. A gente ia para um jogo em Petrópolis. Na estrada notei que o carro estava superaquecendo. A sorte é que estava perto da praça do pedágio. Estacionei na mesma e pouco tempo depois um mecânico nos atendeu e disse que uma pastilha d'água havia estourado e que pela posição só numa oficina para efetuar a troca. Mais sorte ainda foi que o Formiga não havia passado pelo pedágio. Fomos de carona com ele. Na volta, o Guto (ex-atleta) me deu uma carona e me "escoltou" até chegar em casa. O reboque trouxe meu carro até a Av.Brasil e de lá andava um pouco e parava para colocar água até chegar em casa. Sempre dá certo !!!
A última ocorrência com o Fábio e o Chevette não deu certo. Indo para um jogo em Teresópolis, fui olhar pra trás para oferecer biscoito para o filho dele e quando olhei de novo para frente, ferrou ! Bati na traseira de uma S-10 que nem arranhou direito o parachoque. Estava no máximo 30 km/h. Mesmo assim meu prejuízo ficou em dois faróis, uma grade e uma seta dianteira. Tudo por culpa da minha barbeiragem.
O Fábio, assim como eu, passou poucas e boas no intuito de buscar um lugar ao sol. Naquela época sua grande preocupação era com o filho pequeno que dependia da renda dele. Ele não seguiu uma carreira longa no esporte, mas se formou (acho que em Direito) e hoje está feliz.
O esporte nos dá exemplos todos os dias. Um deles é de que o atleta precisa estar preparado pro dia em que encerrar a carreira. Alguns param "velhos" para o esporte mas muito jovens ainda para o restante de suas vidas. Reflitam sobre isso. Até breve !

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